quinta-feira, 27 de novembro de 2008

LINKIN PARK


Na época em que tive o primeiro contato com as faixas do CD de estréia da banda, o Hybrid Theory (2000), achei o máximo a mistureba de estilos que eles faziam, cumulada com os gritos potentes do Bennington e a inclusão de batidas eletrônicas (ou qualquer coisa do tipo) no meio das melodias. Era, para mim, algo realmente inovador, diferente de tudo que eu já havia ouvido, e exatamente por isso, irresistível. Era, na verdade, um novo estilo musical, o new metal. Quando meus ouvidos agüentavam coisas desse nível, praticamente todas as faixas desse álbum estavam dentre as minhas prediletas. Exceção a isso só a With you, Crawling e Forgotten.


Passado algum tempo, saiu o Reanimation (2001), uma reinterpretação das músicas do Hybrid Theory, com diversas participações especiais. Tudo bem que, dessas participações especiais, a única que eu conhecia era o Jonathan Davis, vocalista do Korn, mas isso é um mero detalhe. Essa experimentação não me agradou, pois eles puxaram muito para o rap, não por acaso, a porção deles que eu menos gosto. De positivo neste disco, um clipe muito bacana em CG, da música Points of authority, e a reinterpretação da Pushing me away, de longe a melhor faixa do Reanimation.

O segundo disco de inéditas, Meteora (2003), embora não tivesse mais consigo a vantagem do fator surpresa, conseguiu manter o nível e o estilo já consagrado da banda. Acho que foi o álbum que mais repercutiu, com direito até a Faint tocando na novela das oito. Aqui minha mudança de gosto musical, saindo do new metal e entrando aos poucos no indie e rock alternativo, estava começando, e talvez por isso o impacto do Meteora não fora tão grande quanto o do Hybrid Theory na minha vidinha. Todavia, tal qual todos os anteriores, também comprei o CD original, o último deles. Esse álbum tem músicas boas, algumas das quais ainda hoje ouço de bom grado, como Lying from you, Breaking the habit (favorita desse álbum) e Nobody’s listening.

Ainda em 2003, saiu o Live in Texas, primeiro ao vivo do Linkin Park. Até cogitei comprá-lo, mas o preço proibitivo (R$ 50,00) me impediu. Cheguei a ouví-lo, e é bacana e tal, mas enfim, mais do mesmo, e ao vivo. Não vale a pena.



E assim, o tempo passou. Nele, o Linkin Park se juntou ao Jay-Z e produziu a maior merda da história da banda, o Collision Course (2004), uma nova reinterpretação de alguns clássicos, com a (nojenta) participação do Jay-Z. Para mim, foi o fundo do poço. Pior que isso, só aquele projeto do Shinoda (cantor-rapper-produtor da banda), o Fort Minor, cujo disco de estréia, The Rising Tied (2005), é uma imensa droga. Mas como é o projeto de um membro só, desconsidero-o.

Nem lembrava mais do Linkin Park, vejam só. Ando ouvindo um pouco de Limp Bizkit (Nookie é ótima!), e só quando erro a banda, e clico em Linkin Park, ouço-a. Porém, como que por ação do destino, navegando num site qualquer me deparei com um nome estranho: minutos para a meia noite. Em inglês, trata-se do título do novo álbum da banda, o Minutes to midnight (2007). Antes de analisá-lo, um comentário na lata: quatro anos de silêncio fizeram muito bem a eles.



Assim que coloquei para tocar o novo CD, e ouvi a segunda faixa (a primeira é só uma introdução), Given up, imediatamente me veio a lembrança da Grey Daze, a falecida banda do Chester Bennington, que surgiu e morreu antes do Linkin Park. Bem menos rap, bem menos batidas eletrônicas; mais guitarras nervosas, (ainda) mais destaque para a voz do Bennington. Com essa fórmula, o Linkin Park conseguiu se renovar.
Muitos fãs se revoltaram com a mudança. De fato, está bem diferente do jeito Linkin Park de ser, mas isso, pelo menos a meu ver, foi bom. Funcionou bem melhor que outras guinadas radicais, como por exemplo, a que os Cardigans fizeram no Long gone before daylight. Talvez seria interessante manter um certo foco na influência da música eletrônica, mais pela nostalgia do que pela qualidade, mas enfim, não afeta a qualidade a sua ausência. E quanto ao rap, dane-se ele. Está bem melhor assim, com o Shinoda interferindo bem menos (ouvi pouco, e até agora, só notei ele na quarta faixa, Bleed it out - e até que ficou bom no contexto).
Ainda ouvirei bastante esse Minutes to midnight. Nele, o Linkin Park está bem mais maduro. Acabou com aquela imagem de banda decadente que ficou após o lançamento do Collision Course, definitivamente. Até pela arte da capa vê-se um grupo mais polido, direcionado, experiente. E eu fico muito feliz com isso, pois querendo ou não, essa banda marcou minha adolescência. Vê-la evoluindo, lapidando seu som, mudando onde tem que mudar, é deveras gratificante. Há alguns anos, dizia que Linkin Park era o tipo de banda da qual eu jamais enjoaria. O Collision Course, juntamente com outras influências com que tive contato então, meio que fizeram eu engolir essa afirmação estúpida (admito). O novo CD da banda, porém, talvez seja a contra-resposta da banda, do tipo “vem cá, antigo fã, a gente tem muita consideração por você”. E eu, obviamente, só posso responder uma coisa: “obrigado!”.

Um comentário:

midnight disse...

você tem razão jay z zuou o LP